O Museu

   O Museu e a sua história

O Museu José Malhoa mostra o maior núcleo reunido de obras do seu patrono e uma importante coleção de pintura e de escultura dos séculos XIX e XX, revelando-se a quem o visita como o museu do naturalismo português.

A ideia de criação de um museu dedicado à obra de José Malhoa e do seu enquadramento na panorâmica artistica contemporânea deve-se a António Montês (1896-1967), elemento de uma elite politica e cultural que, desde 1924, deseja aproximar o artista da sua terra natal - Caldas da Rainha.

Em 1926, Malhoa oferece "Ao povo das Caldas" o óleo "Rainha D. Leonor", obra que estará na génese da instituição.

No ano seguinte, constitui-se a Liga dos Amigos do Museu de José Malhoa, que congrega uma vintena de associados. O Pintor adere decisivamente ao projeto em 1932 e oferece os primeiros quadros para o Museu, elegendo trabalhos de Joaquim Prieto, seu mestre; de Columbano, companheiro do "Grupo do Leão"; da discípula Maria de Lourdes de Mello e Castro; e, de sua própria autoria.

A 17 de junho de 1933, por despacho ministerial pronunciado sobre o referido "Parecer favorável" do Conselho Superior de Belas Artes, é criado o Museu José Malhoa.

 

  

 José Malhoa, Rainha D. Leonor (1926)

José Malhoa, Rainha D. Leonor,1926, óleo s/tela, Inv.1

 

O falecimento do mestre Malhoa ocorre em 26 de outubro desse ano e o Museu será solenemente inaugurado, em instalação provisória, a 28 de abril de 1934, dia do aniversário do artista. Nessa data, é lançada a primeira pedra para o edifício próprio, em terrenos do Parque D. Carlos I e apresentado o anteprojeto desenhado pelo Arq. Paulino Montês (1897-1962).

São fundadores da instituição, a par com António Montês, Joaquim Agostinho Fernandes (1886-1972) e José Filipe Costa Rodrigues, notáveis industriais, colecionadores de arte e testamenteiros de Malhoa, e o pintor caldense José de Sousa (1897-1987).

O Museu fica instalado na "Casa dos Barcos" no Parque D. Carlos I, passando a denominar-se "Pavilhão Rainha D. Leonor" e abre anualmente ao público de 28 de abril a 26 de outubro.

O projeto definitivo para o edifício do Museu, dos Arq. Paulino Montês e Eugénio Corrêa (1897-1987), encontra-se concluído em 1937, sendo a construção iniciada no ano seguinte.

Inaugurado em 11 de agosto de 1940, é entregue pela "Liga dos Amigos", com toda a coleção, à Junta de Província da Estremadura, instância que promoverá a obra com os contributos de beneméritos e doadores, e que passará a tutelar o então denominado Museu Provincial de José Malhoa.

Em 1960, com a reorganização administrativa do país, a instituição será colocada sob a tutela do Ministério da Educação Nacional, ficando na Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas Artes, e passando a designar-se Museu de José Malhoa.

Assim se ergue em Portugal o primeiro edifício projetado para fins museológicos. De linhas modernistas, o Museu José Malhoa tem um significado único na história da nossa cultura, revelando-se pioneiro na museologia portuguesa, quer pelo conceito arquitetónico, quer pela aplicação de princípios de conservação e adequação ao acervo de pintura e de escultura que expõe, ficando detentor de um lugar definitivo na história cultural da especialidade.