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ESTÁTUA DE JOSÉ ESTÊVÃO

Dados da Peça
Designação/Título: ESTÁTUA DE JOSÉ ESTÊVÃO
Autor: José Simões de Almeida (Tio)
Morada: Praça da República
Freguesia: União das Freguesias da Glória e Vera Cruz
Concelho: Aveiro
Coordenadas GPS: N 400 38’ 25’’ W 80 39’ 14’’
Data de Inauguração: 12 de Agosto de 1889
Promotor: Comissão promotora da construção da estátua, constituída por cidadãos aveirenses
Materiais da Peça: Bronze (estátua) e mármore (pedestal)
Dimensões/Medidas
Altura: 8,30m
Outras Dimensões Importantes: Estátua 3,70m x 1,10m x 1,10m / Pedestal 4,60m x 3,75m x 3,75m
Descrição/Tema: Estátua de bronze. Em 1888 Simões de Almeida (Tio), entendido como um escultor clássico com intenções para uma estética naturalista, concebe a estátua de José Estêvão em que o notável tributo discursa perante os pares, numa pose bastante dinâmica. A estátua está colocada, como acontecia na época, sobre um pedestal mais ou menos baixo, acessível ao olhar dos transeuntes. O Naturalismo da obra revela-se na face, nos cabelos, principalmente nas naturais pregas da roupa, bem como na posição da cabeça a qual está colocada o mais natural possível devido a uma técnica que utilizava – pequeníssima rotação e inclinação.A estátua assenta sobre um pedestal de secção quadrangular, em pedra mármore, ostentando, nas suas quatro faces, várias inscrições alusivas ao homenageado, tendo na parte frontal “1809 – 1862. A José Estêvão Coelho de Magalhães. A cidade de Aveiro. 12 de Agosto de 1889.” no lado direito “Discursos: Profissão de fé Porto Pireu Suspensão de Garantias Charles et Georges Irmãs da Caridade Defesa do Jornal Legitimista O Portugal Velho.”, na parte Posterior “Serviços a Aveiro: Melhoramentos da Barra Lyceu caminho de ferro iniciação da viação pública.”, no lado esquerdo “Feitos militares: Defesa da Serra do Pilar, 13 e 14 de outubro de 1832 / Flecha dos mortos, 25 de Julho de 1833 / Revolta de Torres Novas, 1844 / Revolução popular, 1846 – 1847.”Epígrafes e coroas honoríficas: Na parte frontal: Coroa em bronze com a inscrição “A José Estêvão Coelho de Magalhães. Agosto. O Grande Oriente Lusitano Unido. 1889.”, e Epígrafe, em mármore, com brasão da cidade e inscrição a capitais em bronze “A José Estêvão Coelho de Magalhães no centenário da sua morte. Homenagem do Povo de Aveiro e seu município 1862 – 1962.” No lado direito: Coroa em bronze com lista com a inscrição “A José Estêvão Coelho de Magalhães. Em nome da liberdade. Os aveirenses rezidentes em Lisboa. 1889” na parte Posterior: Coroa em bronze com lista com a inscrição “A José Estêvão Coelho de Magalhães / A Sociedade de Recreio Artístico 1809 – 1909.", Epígrafe talhada em forma de livro, em mármore, com a inscrição na folha esquerda -“... para mim é um grande absurdo isto de religião da maioria. A religião é da consciência e na consciência não há maioria nem minoria...” José Estêvão, Discurso Parlamentar de 9-7-1861 / “Proletários de todo o mundo uni-vos” Karl Marx.”, na folha direita “Ao grande orador liberal José Estêvão Coelho de Magalhães e à cidade de Aveiro. / Recordação da visita dos operários portuenses em excursão promovida pelo Grupo de Propaganda da Fraternidade Social em 11 –8-1901.”, no lado esquerdo: Coroa de bronze com a inscrição “Os estudantes de Aveiro a 12 do 8 de 89 (assinatura: M P Azevedo).”, Coroa de louros em bronze com a inscrição “A José Estevam, 26 – XII – 1809 / A Maçonaria do Porto, 26 - XII – 1909 (assinatura da oficina: Fundição Campo do Bou, Porto)”.
Historial: José Estêvão Coelho de Magalhães nasceu a 26 de Novembro de 1809 em Aveiro. Deixou a sua cidade natal para cursar Direito em Coimbra. Em 1837 foi eleito deputado pelo círculo de Lisboa passando, a partir de 1851, a sê-lo por Aveiro (excepto em 1855, que o foi novamente por Lisboa). As cidades de Lisboa e Aveiro, como homenagem ao desempenho do grande tribuno, edificaram estátuas em sua honra. Quanto à de Aveiro sabemos que, em 1880, foi eleita uma comissão que viria a ser responsável por erigir a estátua e que o seu autor foi José Simões de Almeida. As obras de assentamento da estátua foram dirigidas por Manuel Homem de Carvalho Christo. Aliás, aquando a colocação da primeira pedra no monumento, a 8 de Maio de 1882, realizara-se uma primeira cerimónia.Em Agosto de 1888 a estátua encontrava-se a ser fundida no Arsenal do Exército (Lisboa) com bronze que o Estado português oferecera através de concessão por Lei de 3 de Junho de 1882. Em Abril do ano seguinte, foi transportada por via-férrea para Aveiro. A estátua foi colocada no seu actual local no dia 20 de Julho, mas a sua inauguração decorreria, apenas, a 12 do mês seguinte. Para o efeito realizou-se outro cortejo cívico pelas principais artérias da cidade organizado segundo o esquema das comemorações do III centenário de Camões. Ao longo do tempo a estátua viria a ser enriquecida com várias placas epigráficas e coroas honoríficas. A estátua foi construída por subscrição pública em 1892. O projecto geral é do professor João Romão a escultura de Simões de Almeida o pedestal, em mármore, das oficinas Moreira Rato e Filhos, de Lisboa, e a fundição do Arsenal de Marinha.
Bibliografia: NOGUEIRA, V., José Estevão na Tribuna da vida, Boletim Municipal de Aveiro, nº 22 (1993), pp.33-36
Fotógrafo: José Meneses
Ano Registo Fotográfico: 2005