Resina e metal

A obra Moon Gate tem como ponto de partida a aproximação à paisagem ribeirinha de Oleiros, como fenómeno físico, real e tangível e, simultaneamente, como lugar de fascínio e deleite. Esta integração da perceção de “jardim distante” remete para as memórias e relatos do encontro do Padre António de Andrade com as paisagens do Oriente. Um encontro com o diferente, em que o jesuíta se impressiona com a desertificação humana (“é ser gente a menos”), com a escassez agrícola, mas também com lugares maravilhosos como a cascata de Srinagar, sugerindo um reencontro do Interior de Portugal com o Oriente.

Eventualmente, talvez a forma, a cor e as texturas definidas - um círculo âmbar bem enquadrado e colocado de forma estratégica - evoquem a entrada num jardim distante. Assim, de certa forma, procura-se que Moon Gate concorra para uma reapropriação do lugar (e das suas memórias) com os que habitam e os que exploram a região.

Moon Gate ou Portal da Lua é uma obra realizada no contexto do Roteiro de Obras de Arte na Paisagem do “Cortiçada Art Fest”. Este roteiro intermunicipal de obras de arte na paisagem integra três obras: o Farol dos Ventos em Proença-a-Nova, o Véu na Sertã e Moon Gate em Oleiros.