Os jardins do Museu da Cerâmica, de traçado romântico, com as alamedas, canteiros, floreiras e um auditório ao ar livre, constituem um conjunto evocativo do gosto do final do século XIX e uma área propícia ao lazer e ao desenvolvimento de atividades educativas lúdicas e culturais, tais como o teatro ou a música.
As zonas arborizadas encontram-se decoradas com esculturas: um exemplar em bronze representando uma mulher com trajes da antiguidade clássica segurando duas esferas, do autor francês A. Carrier; um anjo em pedra; dois querubins, em cerâmica, executados no Atelier Cerâmico, placas de azulejos com poemas de Edmond Rostand-Cambo e inscrições alusivas a representações de peças de Gil Vicente e a atuação do Orfeão de Condeixa, acontecimentos ocorridos nos jardins do Palacete.
São de destacar os azulejos com motivos naturalistas, como os nabos, gatos, rãs e os de inspiração Arte Nova, decorados com borboletas, gafanhotos e nenúfares, que revestem canteiros, floreiras dos jardins, colorindo o local com a vivacidade dos seus esmaltes.
Encontram-se, em vários locais desta Quinta, originais modelos de azulejos, representando a efígie de Vasco da Gama e a Torre de Belém, em enquadramento de cordas e cruz de Cristo de inspiração manuelina, com vidrado a verde garrafa e que foram produzidos no Atelier Cerâmico.
A produção holandesa do século XVII/XVIII de figura avulsa, encontra-se representada nos lagos do jardim, por pastores, jogos infantis, cavaleiros, paisagens em manganês e azul cobalto sobre fundo branco, revelam uma técnica e desenho cuidado, bem ao gosto dos holandeses.
Nos jardins destacam-se as espécies botânicas, algumas muito raras, trazidas pelo Visconde do estrangeiro e plantadas nos jardins da Quinta, o que poderá ser entendido como uma perspetiva avançada do conceito de património.